Não Perca!

Compreendendo Djavan

Esta é uma história de ficção, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Ainda assim, por garantia, o nome dos protagonistas...

segunda-feira, 24 de março de 2008

Um Dia na Vida – Parte II

Mais histórias verídicas.

Um Dia Na Vida de Patrícia
           
Patrícia ainda se espreguiçava na cama enquanto seu namorado tomava banho quando o celular dele tocou brevemente. Uma mensagem. Ainda meio dormindo, Patrícia pegou o celular no piloto automático. Leu a mensagem. Acordou de vez. Releu, incrédula, “hoje você é meu. Marta”.

Fervendo de ódio, decidiu tomar banho no banheiro de serviço para não precisar ver o puto.
– Ué, resolveu tomar banho aí?
– É, tinha esquecido que tenho uma reunião cedinho. Mentiu.

Seguiu para o trabalho com a cabeça a mil, pensando no que fazer. Não conseguiu produzir nada o dia todo. No final da tarde, seu namorado ligou avisando que chegaria tarde do trabalho.

– Ok, acho que vou chamar umas amigas para beber. Disse secamente enquanto fumaça saía de suas orelhas.

Viu seu chefe elogiando seu colega de baia, aquele ser abjeto que a atormentava há anos com as piores cantadas do universo. Seus olhos brilharam!

– Bem que a gente podia dar uma esticadinha no motel hoje, né?

Para sua alegria, a primeira foi relâmpago, quase precoce. Seu colega teve dificuldade com a segunda ereção e depois, para seu desespero, demorou horas para terminar. Ouviu entediada enquanto ele falava de futebol e filmes de ação classe Z. Pagou logo a conta para se livrar daquilo, dizendo:

– Você sabe que foi só um encontro casual, né?

Chegou em casa tarde, meio culpada, mas viu seu namorado dormindo tranqüilo, lembrou da mensagem e teve a sensação de dever cumprido.


Um Dia na Vida de Roberto

Acordou antes de sua namorada e seguiu para o banho. Tinha uma reunião importante de trabalho na primeira hora da manhã. Ao sair do banho, não encontrou sua namorada na cama. Achou esquisito ela ter ido tomar banho no banheiro de serviço.

– Tchau, amor. Ficou sem resposta.

Logo depois do almoço, sua sogra ligou:

– Viu minha mensagem?
– Que mensagem?!
– No seu celular.
– Não recebi nenhuma mensagem...
– Não se pode confiar nessas telefônicas mesmo. Precisamos combinar hoje os detalhes da festa para termos tempo de organizar.
– Bem lembrado.

No final da tarde, ligou para sua namorada:

– Amor, vou ficar preso no trabalho até tarde hoje, deu uma merda federal aqui...

Achou ótimo sua namorada não se incomodar e ir beber um pouco com as amigas.

Encontrou-se com sua sogra e chegou em casa antes de sua namorada. Cansado, dormiu cedo, antes de sua namorada chegar.


Um Dia Na Vida de Marta

Marta acordou cedo, animada com a idéia de fazer uma festa surpresa para a filha. Seu marido ainda roncava. Ansiosa, enviou logo uma mensagem engraçadinha para seu genro: “Hoje você é meu. Marta”

Ficou esperando sua resposta até depois do almoço, então resolveu ligar:

– Viu minha mensagem?

Encontraram-se no início da noite.

– Essa festa vai ser ótima! E ela está precisando, falei com ela hoje e ela estava azedíssima.
– Não reparei... Deve ser inferno astral.

Jantaram e combinaram os detalhes da festa-surpresa do dia seguinte.


Foi dormir tarde, esperando o dia da festa chegar. 

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Um Dia na Vida

Esta é uma história de ficção.

João era feliz no trabalho.


Um dia na vida de João
             
Esta é uma história verídica.

João era feliz no trabalho. Um dia, depois de receber um elogio de seu chefe, sua colega lhe falou:
– Bem que a gente podia dar um esticadinha no motel hoje, depois do trabalho, né?

Animado com a idéia, João ligou para a esposa e avisou porque chegaria mais tarde. Ainda a ouviu dizer:
– Se você chegar muito cansado, te faço uma massagem. Divirta-se!

Depois de dar cinco com sua colega sem tomar nenhum comprimido colorido, conversaram sobre futebol e filmes de ação. Sua colega pagou a conta, dizendo:
– Você sabe que foi só um encontro casual, né?

Chegando em casa, encontrou sua esposa seminua na cama. Ganhou uma bela massagem e ainda deu mais duas antes de dormir. Já era alta madrugada, mas ainda assim, acordou antes do despertador, ansioso para chegar no trabalho.


Um dia na vida de Maria

Esta também é uma história verídica.

Maria saiu cedo do trabalho maçante que arrumou para complementar as contas da casa. Mal chegou em casa, seu marido ligou:
– Amor, vou chegar tarde hoje, vou ao motel com uma colega do trabalho.
– Tudo bem, se você chegar muito cansado, te faço uma boa massagem. Divirta-se!

Mal desligou o telefone, já estava discando:
– Oi! Tudo bem? Olha só, meu marido vai chegar tarde hoje...

Sua companhia chegou rapidamente. Foram direto ao ponto. Depois da segunda, Maria vestiu a calcinha e aproveitou para buscar um copo d’água enquanto sua companhia ia ao banheiro.

Aguardava na cama com seu copo d’água quando seu marido chegou. Assustada, logo começou a fazer uma massagem no marido para evitar que fosse ao banheiro. Deram uma comprida que terminou no meio, com seu marido pegando no sono.

– Anda, veste suas roupas, rápido!

Acompanhou o moço até a porta. Ainda deram umazinha no hall.


Um dia na vida de Ricardo

Mais uma história verídica, qualquer semelhança não é mera coincidência.

Ricardo era um rato de academia. Nunca entendeu muito bem o que se passava à sua volta, mas, talvez exatamente por isso, era feliz. Um dia, depois do segundo turno na academia, seu telefone tocou:
– Oi! Tudo bem? Olha só, meu marido vai chegar tarde hoje, vem logo pra cá!

Contou para os colegas de academia, tomou um comprimido azul e correu para seu encontro. Depois da terceira, foi ao banheiro pegar um pacote de camisinha em sua calça. Enquanto brincava de pendurar a toalha na criança, o corno chegou. Gelou. Será que o puto anda armado?! A toalha caiu no chão.

Ficou ouvindo o sexo no quarto. Duas horas depois, a porta do banheiro se abriu, o medo lhe subia a espinha:
– Anda, veste suas roupas, rápido!


Saiu pela porta da frente enquanto o corno dormia. Ainda comeu a vagabunda mais uma vez, no hall.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Compreendendo Djavan

Esta é uma história de ficção, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Ainda assim, por garantia, o nome dos protagonistas será omitido e a história só será contada em primeira pessoa porque qualquer história fica melhor em primeira pessoa.

Sempre achei Djavan chato. Pseudo-poesia do caralho. Solteiro há pouco, caí no velho golpe do “vou sair com uma gata e ela vai levar uma amiga...”
– Ok e pra onde vamos?
– É um barzinho bacana, bom pra pegar mulher, meia-luz, e um violeiro muito bom.

Bar, violeiro?! Estremeci. Bom, não queria ficar em casa de maneira nenhuma, talvez fosse bom conhecer gente nova, mudar de ares. Topei.

– Olá, prazer.
Bom, a moça não era exatamente bonita. Também não era feita. Ornamentada demais pro meu gosto. Muito dourado. Enfim, lá estávamos.

Para meu desgosto, a conversa na mesa logo descambou para axé e micaretas. Que diabos eu estava fazendo ali?! Aumentei o ritmo do álcool. A moça ficou mais bonita. Tentei entrar no clima.

No violão, o “artista” tocava aquela MPB moderna, insossa até o osso, soltando alguns “clássicos” que interpretava como qualquer cantor de bar, atrasando os versos e depois dando uma corridinha. Resolvi relevar.

Logo, meu amigo se engalfinhou com sua, digamos, “gata” e tratei de matar o assunto baiano com respostas monossilábicas. Que tal falar de algo menos chato, talvez política, religião ou futebol?!

O safado tocou Djavan. A moça, de olhos fechados, soltou:
- A-DO-RO essa música!

Virei meu copo de uma vez. Tentei continuar com a conversa. Meu amigo já começou a me olhar com aquela cara de “vai pegar ou não?!”

Estranhamente, a moça parecia interessada. A essa altura, já era uma baita gostosa. Qualquer assunto mala a entretinha. Empolgou-se horrores ao falar sobre concursos. Resolvi brincar, tentando parecer mais (pseudo) intelectual do que realmente sou.

Mais Djavan. Olhos fechados, um suspiro e mais uma vez:
- A-DO-RO Djavan!

Ó, meu Deus! Devo ter sido um ditador sanguinário em vidas passadas.

Decidi tentar minha sorte com a moça para ver se amenizava este sofrimento. Agora ela resolveu jogar duro. Puta que o pariu!

As moças foram ao banheiro, meu amigo soltou:
– Velho, se você não pegar a mulher, vai atrapalhar meu esquema. Elas vieram juntas, pô.
– Tô ligado, caralho, mas a moça resolveu jogar duro.
– Velho, se esforça aí, vai.
Vai tomar no cu, porra. O cara me bota numa furada da porra e ainda vai me pressionar?!

Voltaram do banheiro. A moça veio mais atirada. Deve ter levado uma prensa da amiga também. Peguei.

O violeiro tocou a saideira. Adivinhem?! Djavan.

– Bem que ele podia tocar mais uma do Djavan, né?
Cala a boca, idiota! Quase falei. Saímos.
– E aí, pra onde vamos?
– Eu pra minha casa e você pra sua.

Só podia ser brincadeira de mau gosto. Depois de agüentar tudo isso eu merecia, no mínimo, um sexozinho. Parti para a dissuasão, tentando convencer a moça de todas as formas possíveis e imagináveis, nem que fosse para vencer pelo cansaço.

A contra gosto, comecei a seguir para deixá-la em casa. Ainda não havia desistido, lá chegando, parti para o ataque novamente. E a guarda não baixava de jeito nenhum. Não tinha jeito, eu ia voltar pra casa sozinho mesmo. Desesperado, soltei:
– Pô, mais fácil aprender japonês em braile...

Trepei.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Da Guerra ao Casamento

Sou um ateu convicto. O que não quer dizer, de maneira alguma, que eu não acredite em nada. Acredito e tenho o maior respeito pela Mandinga. Já a acusaram de ser uma religião, coisa que repudio veementemente. A Mandinga não tem ritos, não distingue bons de maus, não ensina o caminho da felicidade ou da vida eterna. Ela apenas exige respeito e cobra – caro – por isso, sem perdoar deslizes.

Hoje mesmo, resolvi comer uma pizza, como nenhum amigo pôde ou quis me acompanhar, segui sozinho mesmo. O garçom veio rapidamente. Dispensei o cardápio, como nunca havia feito, e emendei:
– Me vê uma de pepperoni, por favor.
– Estamos sem pepperoni hoje, senhor.
Peguei o cardápio. Fiquei com medo de pedir o chopp.

O cidadão resolveu doar sangue e pensou consigo “faço uma boa ação e, ademais, que mal pode acontecer a quem vai doar sangue?” Voltou para casa com meio litro de sangue a menos, dois dentes na mão e mais de trinta pontos no queixo.

Não pensem que a Mandinga trabalha apenas para o mal, na verdade, acho que ela nem conhece este conceito. Quantas pessoas já não pensaram consigo “não pego esta mulher nem a pau” e voltaram felizes e incrédulas para casa.

No futebol, os exemplos são inúmeros, acontece praticamente toda rodada. Certa feita, acompanhei uns amigos gremistas a Goiânia. 2 x 0 Grêmio, mais da metade do segundo tempo, Grêmio mandando no jogo, arrisquei inocentemente:
– Tá mais pro Grêmio fazer mais um que o Goiás, o primeiro.
Em 5 minutos o jogo estava empatado.

Não acredita ainda?! Pois então vou falar da maior mandingada da história: Jerusalém em hebraico significa “Cidade da Paz”. Se Davi conhecesse um pouquinho só sobre a Mandinga, poderia ter poupado mais de 3.000 anos de dor de cabeça para a humanidade.

Hitler sabia do fracasso de Napoleão na empreitada russa, mas certamente pensou “comigo não acontecerá”.

Outro dia, pilhado por um amigo, soltei:
– Da galera, eu sou quem está mais longe do casamento.


Ai que medo.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Da Putaria

As mulheres queimaram seus sutiãs, contribuindo para o aquecimento global, e conquistaram várias coisas, incluindo o direito de serem putas. Não profissionais, dessas que a sociedade finge recriminar há milênios, mas igualmente pagas. Na verdade, elas até contam com o aval da sociedade.
Explico, antes que as feministas me queimem no fogo da inquisição. Adoro a independência feminina. Quero mais é que elas ganhem bem, tenham muito poder e me sustentem, que escrever texto para distribuir para os amigos não dá dinheiro nenhum. É sensacional sair com uma mulher e entrar numa parceria, do tipo:
- Hoje eu pago.
- Ok, mas a próxima é minha.

É ótimo até porque subentende o próximo encontro. Desde que se queira o próximo encontro, claro, senão basta topar a divisão da conta mesmo.

Felizmente, isso tem se tornado cada vez mais comum (ou será que sou eu que acerto na escolha?), o problema começa depois do jantar, quando se procura um canto mais reservado. Aliás, desculpe, o problema começa bem depois disso, quando se diz a famosa frase ao telefone:
- Boa noite, eu gostaria de encerrar a suíte 69.
(to be continued...)

A partir de então, temos uma cena digna de manicômio, quando a mulher – inteligente, bem-resolvida e independente – simplesmente finge ignorar o fato de que há uma conta a pagar, fica a se arrumar, ler o cardápio ou assistir o Futura na TV do quarto, esperando o seu comando para saírem.
A atitude é do tipo “eu já fiz a minha parte, agora faça a sua” ou, na versão mais agressiva, “você não espera que eu pague para te dar?!”. Ok, pagamos nós para comer vocês, assim como se faz com qualquer profissional.
O engraçado é que o dinheiro fica todo com o dono do estabelecimento, afinal a mulher moderna, independente, não necessita dele e deve aliviar sua consciência doando seu soldo, fruto de seu trabalho duro (literalmente), ao necessitado dono do estabelecimento, que já podemos chamar de cafetão.

- Boa noite, eu gostaria de encerrar a suíte 69.
- Houve consumo, senhor?
- Claro, o que você acha que eu vim fazer aqui?!